Boa Noite, Jô!



Em 1999, quando cheguei em Manaus para morar definitivamente na cidade, depois de ter passado uns anos pelo interior do Amazonas, eu era um adolescente ávido e em uma busca incessante pela vida. Morávamos sós, eu e minha irmã, em um apartamento que meus pais deixaram pronto para podermos dar seguimento aos nossos estudos na capital.

E foi nessa época, que conheci um dos meus melhores amigos, o Jô Soares. Todas as noites, quando o dia ia partindo, quando as ruas minguavam, quando o silêncio imperava, era quando minha cabeça mais fervia: meus anseios, meus sonhos, minhas dúvidas. E era assistindo você, todas as noites, que eu aplacava essa minha ansiedade de viver. Aprendendo, rindo, entrando pela madrugada. Você sempre atual, sempre moderno, conectado.

Hoje acordei com uma notícia triste. Há poucos dias falei “que saudade que estou de ouvir o Jô”. Como dói ver o tempo passar, ver nossa esteira do tempo andar. Mas é assim que a vida é, e imediatamente imaginei que seria isso que você falaria, e que foi assim que você deve ter partido. Satisfeito, orgulhoso, por ter vivido a vida intensamente e na hora certa!

Boa noite, Jô! Obrigado por tudo.